Exportações de cosméticos
dobram em 5 anos |
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Luiz Fernando Furlan, ouviu números impressionantes
do presidente da Associação Brasileira da Indústria
de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec),
João Carlos Basílio da Silva.
O setor vem se expandindo sem parar dentro e fora do país,
duplicou suas exportações nos últimos
cinco anos e atingiu o primeiro superávit na balança
comercial em 2002, com US$ 35, 8 milhões. É
uma trajetória crescente que aponta para um aumento
de 12% na receita líquida da indústria este
ano, a mesma expansão registrada no ano passado sobre
2001.
Mais do que uma estratégia, a investida no comércio
exterior foi uma necessidade. Apesar de registrar crescimento
contínuo no mercado interno desde 1992, a indústria
de cosméticos viu a demanda no Brasil cair em 1998,
quando o aumento do faturamento líquido foi um pouco
menor, de 8% sobre o ano anterior, contra o crescimento anual
de 11,5% em 1997. Era preciso abrir novas frentes. "A
idéia de exportar surgiu para que a empresa tivesse
um melhor aproveitamento comercial", afirma Tatiana Gonçalves,
coordenadora de comunicação da Nazca, companhia
fundada em 1986 e especializada em produtos para cabelo. Em
outubro passado, a Nazca estreou no segmento de produtos para
a pele.
A Nazca iniciou seus esforços exportadores há
três anos. Em 2002, a Nazca fechou seu primeiro cliente
internacional, a distribuidora Diamantino Viegas, de Portugal,
para onde foram enviadas, no ano passado, 30.000 unidades
de produtos da marca brasileira. Segundo Maércio Kramer,
gerente de exportações da Nazca, a meta é
que as exportações representem até 20%
da receita da empresa "a longo prazo".
A evolução das exportações brasileiras,
em sua curta história, se dá em proporção
inversa à trajetória das importações
no período. Em 1997, as exportações somaram
US$ 78,7 milhões, contra um volume de US$ 250 de importações,
o que resultou num déficit de US$ 171 milhões.
Em 1998, foram US$ 80 milhões em exportações,
contra US$ 235 milhões em importações,
um saldo negativo em US$ 155,7 milhões. Já em
1999, o déficit sofre um baque: cai a US$ 68,9 milhões,
e, em 2000, US$ 60,3 milhões. Em 2001, o déficit
vai a US$ 23,8 milhões e em 2002 se dá a virada,
com o já citado superávit de US$ 35,8 milhões.
No mesmo intervalo de tempo, a variação anual,
sempre positiva, do faturamento líquido é a
seguinte: 11,5% mais em 1997, com receita de R$ 5,5 bilhões,
8% em 1998, com R$ 5,9 bilhões, 12,5% e R$ 6,7 bilhões
em 1999, 16,2% e receita de R$ 7,7 bilhões em 2000,
11,2% e R$ 8,6 bilhões em 2001 e 12,7% em 2002, com
R$ 9,7 bilhões faturados. Para este ano, a receita
projetada é de R$ 10,9 bilhões. A indústria
de beleza é dominada por produtos de higiene pessoal,
que correspondem por 64% do setor, seguida pelo segmento de
cosméticos, com 23% e de perfumaria, com 14%.
Com o crescimento do mercado de cosméticos, aumentam
também as ofertas de emprego, seja aquela vaga para
trabalhar no balcão de loja ou para bater de porta
em porta, a chamada venda direta. De 1994 a 2001, a oferta
de empregos no setor crescer 102,3%, atingindo 2,4% da população
economicamente ativa. A venda direta é, de longe, o
segmento que mais emprega: sustenta 1,2 milhão de vagas
de trabalho. Em seguida, vem o ramo dos profissionais de beleza,
ou de serviços do setor, como cabelereiros, manicures
e esteticistas, que emprega cerca de 1 milhão de pessoas.
Fonte: Informe Cidade Biz
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