12 de julho de 2016

Peeling com ácidos

Peeling com ácidos





Peeling com ácidos

Por Isabel Luiza Piatti

Os tratamentos com ácidos sempre fazem sucesso entre os clientes das clínicas e centros de estética, além de poderem ser associados a protocolos para diferentes alterações inestéticas. Não é à toa que procedimentos com peeling estão entre os mais procurados, afinal, podem ser indicados para rejuvenescimento, manchas, sequelas de acnes e cicatrizes, estrias e renovação celular, para citarmos alguns exemplos, sempre focando os 3 R's da Beleza: Rejuvenescer, Reluzir e Renovar.

Um dos benefícios do peeling, e que também explica sua relação com o tratamento de alterações tão diferentes entre si, é justamente o que elas trazem de comum, que é a necessidade de descamação e a consequente potencialização de resultados, por melhorar a permeação dos ativos cosméticos que serão aplicados na sequência. O peeling traz essa ação de promover, de maneira controlada, uma renovação da pele, a partir de uma esfoliação que resulta em descamação cutânea e sua posterior renovação/regeneração. Para tal, podem ser utilizados cosméticos, como os que contém ácidos, para se alcançar essa ação queratolítica.

Atualmente, graças a novos avanços na cosmetologia, o profissional de saúde estética pode trabalhar com o peeling durante o ano inteiro, com resultados efetivos, segurança e menos agressão à pele do cliente, bastando para isso fazer a escolha adequada do produto ideal para cada caso.

Para os tratamentos em cabine, somente podem ser realizados os peelings de ação superficial. E é importante reforçar que os produtos cosméticos utilizados devem ter liberação do Ministério da Saúde, e utilizados sempre por profissionais preparados para tal. De acordo com a Câmara Técnica de Cosméticos (CATEC) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o máximo para uso seguro em cabine no caso dos AHA's industrializados é de 10% e pH mínimo de 3,5, garantindo assim um respaldo legal, além de enaltecer o profissionalismo de quem atua na área. Segundo a Anvisa, o pH correto e a aplicação dentro das normas pode evitar sequelas como cicatrizes, discromias, hipercromias e até mesmo infecções.

O ácido salicílico, com dosagem permitida de até 2% em cosméticos, além de propriedades semelhantes às dos AHA's, apresenta também função antimicrobiana, ação bacteriostática e fungicida. Alguns ativos consagrados em dermatologia, como o ácido retinoico e o fenol, por exemplo, são proibidos em cosméticos.

Para a aplicação em si, indica-se iniciar a preparação da pele com um pré-peeling contendo ácidos salicílico e pirúvico. Na sequência, uma possibilidade é o uso de um cosmético com sinergia dos ácidos kójico, láctico e tranexâmico ou de gluconolactona em associação com os ácidos ferúlico, mandélico, salicílico e pirúvico. E, para finalizar, uma máscara contendo niacinamida, pumpkim enzyme, renew zyme, revinage e syn white. Produtos com essa sinergia são uma novidade que o mercado cosmético está lançando visando a multifuncionalidade nos tratamentos estéticos que tem como objetivo os 3R's da beleza – rejuvenescer, reluzir e renovar.

Contraindicações
De um modo geral, os peelings, em especial os químicos, são contraindicados em casos de cicatrizes hipertróficas/formação de queloides, herpes, eritema persistente, escoriações, histórico de hiperpigmentação pós-inflamatória permanente, lesões/ferimentos e peles altamente sensíveis ou sensibilizadas por algum procedimento. Cada substância tem sua particularidade, então também é importante levar em consideração o fototipo de pele e, no caso das mulheres, se a paciente é gestante. A frequência de aplicação e o tempo de exposição variam de acordo com o grau da alteração inestética, o tipo de peeling e a sensibilidade da pele. Estar atento às reações, à resposta ao tratamento e aos resultados alcançados após cada aplicação, que variam para cada indivíduo, é fundamental.

Função dos ativos nos cosméticos para peeling

Ácido Glicólico – promove hidratação, ação esfoliante e diminuição da espessura da camada córnea. Precisa ser neutralizado após a aplicação pois, se não controlado, pode ocorrer frost, que é a maior penetração na pele, de forma irregular, passando da vermelhidão para uma tonalidade esbranquiçada. Não deve ser utilizado em fototipos altos - IV, V e VI e gestantes.

Biofruits – composto de alfa-hidroxiácidos (AHA's) naturais – lático, cítrico, glicólico e málico - que promove remoção das células mortas.

Ácido Mandélico – favorece efeito uniforme, tem menor potencial de irritação e pode ser utilizado em qualquer época do ano para todos os fototipos, inclusive os altos, e em gestantes. No caso de manchas, atua também na inibição da síntese de melanina e na que já está depositada na pele.

Ácido Salicílico – melhora a textura da pele, atuando como esfoliante na superfície do tecido e dentro dos poros. Favorece a remoção de células mortas e refina a textura da pele, possui ação antisséptica moderada, sendo indicado para todos fototipos e tipos de pele, em especial as oleosas e acneicas.

Ácido Pirúvico – ação queratolítica, antimicrobiana, seborreguladora e estimula a produção de novas fibras de colágeno e elastina.

Ácido Kójico – ação antioxidante e despigmentante, minimizando a formação de melanina.

Ácido Láctico – inibe a síntese de tirosinase, reduzindo a formação de melanina, efeito regenerador e rejuvenescedor.

Ácido Tranexâmico – indicado para tratamento de manchas e melasmas, por atuar na síntese de melanina, reduzindo a ação do melanócito.

Ácido Ferúlico – poderoso antioxidante inibe a formação de melanina, neutraliza os radicais livres gerados pelo sol, poluição ambiental, cigarros e estresse.

Ativos pós-peeling

Aquassence – potente hidratante, ele aumenta a expressão de colágeno, elastina e glicosaminoglicanas, auxiliando no efeito antienvelhecimento.
Quiditat – ação hidratante e extraordinária capacidade de estimular o crescimento de fibroblastos, aumentando o nível de colágeno do tipo I na pele.
D pantenol – agente hidratante e estimulante da epitelização, contribui para deixar a pele mais suave e elástica.
Aloe Vera – dermoprotetor, hidratante e suavizante. Ação antisséptica e anti-inflamatória.
Alantoína – renovador celular, cicatrizante, calmante e revitalizante.
Hygeaphós – reduz a oleosidade excessiva, minimiza o entupimento dos poros, efeito antifoliculite.
MSS 500: Absorvedor de oleosidade.

Isabel Piatti
Profissioal Aisthesis. Técnica em Estética. Graduanda de Tecnologia de Estética e Imagem Pessoal. Especialista em Cosmetologia. Palestrante no VI Congresso Mundial de Medicina Estética da IAAM/ASIME, 2009, em São Paulo. Palestrante no 8º Congresso Internacional de Medicina Estética e Cirurgia Cosmética em Guaiaquil, Equador, em 2011. Palestrante em Congressos de Estética e Cosmetologia pelo Brasil. Diretora de Treinamentos da Buona Vita Cosméticos. Coordenadora do Departamento de P&D da Buona Vita Cosméticos. Colaboradora técnica de Revistas e sites da área de Beleza e Estética. Autora do Livro Biossegurança Estética & Imagem Pessoal – Formalização do Estabelecimento, Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança.
E-mail: isabel@buonavita.com.br e www.buonavita.com.br