03 de novembro de 2014

Dia do Cabeleireiro: conheça a história desses profissionais ao longo dos tempos

Dia do Cabeleireiro: conheça a história desses profissionais ao longo dos tempos





Dia do Cabeleireiro: conheça a história desses profissionais ao longo dos tempos

O cuidado com os cabelos começou na pré-história, fato comprovado nos achados arqueológicos, como pentes e navalhas de pedra. Contudo, foi no Egito, há aproximadamente 5.000 a.c, que a arte de cuidar dos cabelos chegou ao auge. A habilidade dos cabeleireiros no uso de escovas, tesouras, loções de tratamento era prestigiada pelos faraós.

A partir de 3.000 a.c, os homens e as mulheres da nobreza egípcia tinham as cabeças raspadas e lisas e os corpos sem pêlos, a moda exigia o uso de perucas sofisticadas de cabelo humano ou de lã de carneiro, as barbas masculinas eram postiças. A coloração das perucas era feita com uma tintura azul-escura para atingir a cor preta que era a preferência da época, os cortes eram retos e com franjas, o comprimento variava entre a altura do queixo e um pouco abaixo dos ombros.

Na Grécia antiga, surgiram os penteados mais elaborados, os cabelos das mulheres eram frisados e encaracolados delicadamente com franjas em espiral e enfeitados com tiaras e fitas, pentes de bronze ou de marfim. Os preparados cosméticos, óleos, pomadas, graxas e loções eram usados para dar brilho e um perfume agradável aos cabelos.

Em Atenas foram criados os primeiros salões de cabeleireiro, construídos em praça pública e eram usados somente pelos homens. Conversas sobre política, esportes e eventos sociais eram os assuntos de filósofos, escritores, poetas e políticos, enquanto faziam ondas nos cabelos e eram barbeados, tinham ainda os cuidados de manicure, pedicure e recebiam massagens.

Foi na Grécia, na ilha de Creta, que surgiu o rabo de cavalo usado pelas mulheres até hoje. As mulheres tinham seus cabelos perfumados com óleos raros e preciosos, tingidos ou descoloridos e a cor da moda era a loura. Essa moda grega perdurou por quase três séculos. A mudança era mais rápida na Roma antiga, onde os cabeleireiros e cabeleireiras eram escravas e escravos gregos que trabalhavam na corte, podendo exibir a sua arte e criatividade ao fazerem os penteados das esposas dos soberanos romanos que eram imitadas pelas outras mulheres romanas.

No século XVII, a moda francesa ditava as regras. Os jornais de moda da época divulgavam os estilos das realezas de Paris e Viena, como também de toda a nata européia. Os primeiros “cabeleireiros celebridade”, especializados em perucas e penteados desse período recebiam altos salários pelos seus trabalhos. A popularidade desses profissionais era tão grande que em 1635, foi inaugurado em Paris o primeiro salão de beleza do mundo, mas era um privilegio para as poucas mulheres ricas da nobreza.

Com a chegada da eletricidade em 1906, Charles Nestle, inventou a máquina de fazer ondas permanentes no cabelo, por mais que demorasse 10 horas para transformar as madeixas femininas, era melhor do que passar o cabelo a ferro quente para fazer ondas. Outra revolução para a época foi à criação das colorações para os cabelos de Eugène Schueller.

No início do século XX, apareceram os primeiros salões de beleza populares para as mulheres, os quais não serviam apenas para cuidar dos cabelos, mas também era um ponto de encontro para as conversas e debates como nas barbearias masculinas na Grécia antiga.


Depois da primeira guerra mundial, era moda as mulheres independentes e ativas, com intensas vidas sociais e engajadas no trabalho usarem cabelos curtíssimos (tipo Joãozinho), elas rejeitavam as tradições que as obrigavam a usar cabelos compridos. Na época foi escandaloso, mas com o tempo ganhou popularidade devido a sua praticidade. A vinda do cinema na década de 20, com novos padrões de moda para os cabelos, também ajudou essa conquista feminina, as mulheres de todo o mundo se espelhavam nos estilos e cores adotados pelas atrizes de Hollywood da época.

Nos anos 60, os cabelos lisos e de corte simétrico criado pelo inglês Vidal Sasson mudou o estilo dos cabelos femininos. A partir dos anos 70 a moda e o estilo dos cabelos tornaram-se variados tanto para as mulheres quanto para os homens, os modelos podiam ser compridos, lisos, curtos, crespos, ondulados, tingidos, e podiam ser adaptados de acordo com os estilos pessoais de cada tribo como “punk”, “roqueiro”, “hippie”, “rockabilly”, etc.

Hoje, há uma grande variedade de penteados. Os cabelos são tingidos nas mais variadas cores e tratados com xampus, condicionadores, cremes alisantes, hidratantes, antioxidantes, e amaciantes que protegem não só os fios como o couro cabeludo contra os efeitos nocivos do meio ambiente e dos produtos químicos. A grande verdade é que seja por costume, vaidade ou atitude o ser humano, jamais irá dispensar os cuidados com a aparência e principalmente com os cabelos.


Alguns dos melhores cabeleireiros da história

Os grandes cabeleireiros já se destacavam desde o século XVII, a maioria era do sexo masculino e alguns conquistaram o status de celebridades do mundo da moda tanto no século passado como nos dias atuais.

O polonês Champagne foi o primeiro cabeleireiro registrado na história, data do século XVII. Era disputado pela realeza polonesa e conhecido pelo seu temperamento artístico.

Legros de Rumigny foi cabeleireiro oficial da corte francesa no século XVIII. Ele escreveu um livro onde desenhou 38 estilos de cabelo e abriu uma escola para cabeleireiros.

Léonard era conhecido pelos penteados altos que chegavam a ultrapassar um metro de altura e pelas esculturas que fazia nos cabelos. Tinha como clientes a elite da realeza francesa.

Marcel Grateau aproveitou a moda francesa do século XIX e inventou um método pratico para ondular os cabelos, essa técnica o tornou tão concorrido que as suas clientes competiam para obter um horário.

Nos anos 20, o ilustre cabeleireiro polonês Antoine atendia clientes como Coco Chanel e Josephine Baker. Antoine criou o famoso corte que é a marca registrada de Channel.


Sydney Guilaroff, que entre os anos 30 e 40 era o cabeleireiro oficial dos estúdios da MGM e fazia os cabelos das divas Greta Garbo e Joan Crawford. Foi o primeiro cabeleireiro a ter seu nome nos créditos de um filme. Fez o cabelo de Grace Kelly para o seu casamento com o Príncipe de Mônaco e no filme “O mágico de Oz” o cabelo de Judy Garlant era de sua a criação.

Alexandre de Paris teve seu sucesso nos anos 40 e 60 e cuidou dos cabelos das atrizes Elizabeth Taylor e Audrey Hepburn e além das atrizes atendia também as famílias da realeza européia. Trabalhou com estilistas como Yves Saint Laurent e Karl Lagerfield.

 

Nos anos 50 e 60, surgiu Raymond Bessone que atendia com um falso sotaque francês em seu salão nobre, cercado de espelhos e fontes que jorravam champagne. Ele ficou famoso por aplicar o estilo bufante ao cabelo de Jaqueline Kennedy, por isso a quem diga que ele foi o inventor desse estilo de penteado. Ele foi o primeiro a ter seu nome creditado a um programa de TV.


Nome obrigatório nesta lista é o de Vidal Sassoon que começou a sua grande fama, nos anos 60, ao revolucionar o cabelo feminino com estilos de cortes curtos, geométricos e naturalmente elegantes. Estão entre suas clientes; Mia Farrow, Nancy Kwan e Mary Quant.



Kim Novak, Marlene Dietrich e Lucille Ball são os cartões de visita de Gene Shacove. Sua vida inspirou o protagonista do filme “Shampoo”. Gene criou um estilo despenteado, suave e revelador dos anos 70.

O holandês Christiaan Houtenbos, inspirado no artista Andy Warhol, trouxe para os anos 70 um pouco do estilo punk e progressista em seus cortes de cabelo. A invenção do corte undercut (uma das laterais do cabelo é raspada parcial ou totalmente) foi creditada a ele.

John Sahag fez sucesso nos anos 90, pois usava um método curioso para cortar os cabelos, ele trabalhava os cabelos secos e dizia que desse modo lhe permitia maior controle criativo. Ele era conhecido como a “Estrela do Rock do coiffeur”. A atriz Demi Moore era sua cliente.

 

Chris McMillan é o criador de um dos cabelos mais pedidos nos salões de cabeleireiros, o da Rachel, personagem de Jennifer Aniston no seriado “Friends”. E também responsável pelo corte usado por Michelle Willians no Oscar 2011, aumentando a popularidade do corte versátil, prático e sexy do Pixie Cut.



Oribe Canales, um dos mais talentosos, conhecido como o maestro dos cabelos longos. Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Jennifer Lopez e Naomi Campbell são algumas das clientes desse cabeleireiro incrível que se deixou levar pelas drogas. No ano 2000 tentou retornar, mas não conseguiu mais alcançar o patamar das estrelas.

 

Hoje uma das referências mundiais em hairstyling é o cabeleireiro britânico Guido Palau, ele é atualmente um dos profissionais mais requisitado do circuito fashion e que só na temporada passada assinou os cabelos da Calvin Klein, Louis Vuitton, Alexander Wang, Alexander McQueen, Christopher Kane, Dolce & Gabbana, Lanvin, entre outros. Além disso, o seu trabalho é publicado em todas as grandes revistas de moda do mundo. Guido Palau começou a sua carreira no salão Vidal Sassoon em Londres e o sucesso se deu quando foi convidado para cuidar dos cabelos de Linda Evangelista, Cindy Crawford e Naomi Campbell no videoclipe “Freedom” do cantor George Michael.



Por Janaína Freitas