Brasil, 29 de Março de 2024
02 de fevereiro de 2015

O universo da beleza um capítulo a parte

O universo da beleza um capítulo a parte





O universo da beleza um capítulo a parte

Por Tânia Trindade

Um triângulo amoroso entre beleza, moda e a imagem pessoal, traçam uma história social através dos séculos de vaidade, atração e sedução que resultaria na consagração das imagens midiatizadas. 

A história buscou sempre um padrão de beleza em sua existência de acordo com a cultura, a religião e a moda. Uma conexão do imaginário em convergência com o universo social. Uma perguntar que não quer calar: Mas afinal o que é beleza? “Há séculos, a beleza distingue e desperta inveja”. Ela tem o poder de excitar multidões, inspirar o amor, enriquecer ou arruinar pessoas. “A beleza é um trunfo de quem a possui, um objetivo dos que não se consideram belos, um instrumento de poder, uma moeda de troca em diferentes sociedades” (Sant’anna 2014).

Ser belo ao olhar do outro, adornar o corpo, pintar a pele, coroar a cabeça, ser admirado, se construiu no desejo e na vontade da natureza humana de se diferenciar e sobressair desde o princípio das civilizações. Exibir a bravura de suas conquistas, com garras e dentes adornando o corpo, era no início a forma de sobreviver e demonstrar coragem.

Ainda não havia um sentido para a imagem ou para o suposto valor da beleza e da boa aparência; tudo aconteceu de forma lenta, porem progressiva no decorrer dos séculos. Os conceitos de uma estética corporal, o uso de cosméticos e o ato de embelezar a imagem, vão se construindo na composição da arte e na expressão da imagem, passando a fazer parte de uma identidade visual. A magia da beleza estética surpreenderia o mundo com adornos na cabeça e com pinturas e ilustrações tatuadas a pele, códigos que revelariam sua identidade e sua superioridade diante do outro, despertando reação e emoção ao ato de se diferenciar.

Ao longo dos séculos, a vaidade estimulada ou religiosamente condenada, contempla um “ser” segmentado, constituindo os ideais de beleza e os hábitos de se embelezar: ora valorizando o rosto, ora o corpo ou as partes do ser; por fim, o “ser corpo” era assim admirado. Nasce a necessidade de priorizar os sentimentos, o bem-estar, de modificar o olhar e a forma de se apreciar o belo. “Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja a inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas” (Fonte: pensador).

A magia da beleza estimula a natureza humana, que vaidosamente é induzida a se enfeitar e a cuidar da aparência. Do uso das perucas, as barbas, da arte dos penteados aos livros de beleza, surgem os recursos para a imagem que vão permear a história de consumo da imagem pessoal. Tempos de mudança, de individualidade, de transformação nos relacionamentos, de um novo modelo de beleza.

Para fabricar o “ser belo”, o mercado imprime a intima necessidade de uma estética capitalista, contando com a presença de habilidosos profissionais (cabeleireiros, maquiadores, esteticistas, químicos, visagistas, etc...), que usam e abusam de sua criatividade, aprimorada por ferramentas que satisfazem as exigências visuais e a comercialização da imagem (os recursos dos serviços de embelezamento). Desta forma, sucessivamente a maquiagem, os penteados, os perfumes, os acessórios representariam naturalmente os projetos impostos ao valorizado pertencimento da imagem.

 

Tania Trindade
Consultora de Imagem, mestre em comunicação audiovisual, assina a produção de imagem e make up da Campanha Hair Brasil 2015, vencedora do prêmio de melhor maquiador de 2013 (voto popular) da Revista Cabelos & Cia, especialização no Istituto Marangoni (Paris) em Fashion Image.

 

 
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